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Brain Training – A Neuroplasticidade e o Coaching

Foto: António Damásio (Investigador) e Sérgio Almeida (Fundador da ICU Portugal) na Conferência “Connecting Healthcare” (Matosinhos 2019)

Desde a sua fundação em 2013 que a ICU Portugal foi pioneira na aplicação das mais recentes descobertas neurocientíficas nos seus programas, nomeadamente através do método ICUPRO e do treino prático com base no estudo do cérebro.

A utilização de uma base científica permite melhorar e tornar mais efetivo o método do Coaching, sendo uma importante ferramenta para todos aqueles que pretendem aceder ao state of the art nesta área. Efetivamente o nosso cérebro está preparado para a evolução, mudança e cooperação, questões hoje essenciais num mundo complexo que muda a cada instante, onde a capacidade de resolver problemas e a criatividade são essenciais para vencer nesta nova “Sociedade 5.0”. Apesar de esconderem um potencial enorme, essas características neuronais nem sempre são utilizadas e alavancadas de forma consciente, situação que pode ser aprendida e treinada com o Coaching.

NEUROPLASTICIDADE

Como disse o imperador romano Marco Aurélio há cerca de dois mil anos: “Com o passar do tempo, a alma adquire a cor do pensamento.” Hoje, graças aos métodos científicos modernos, podemos mostrar o quão certa estava essa afirmação.

O Coaching desenvolve a neuroplasticidade do nosso cérebro – essa é a palavra mágica que surgiu há apenas alguns anos e que descreve a capacidade de modelagem fisiológica do nosso cérebro para ser capaz de mudar e aprender ao longo das nossas vidas. A neuroplasticidade, é um conceito revolucionário para muitos e ainda não foi totalmente interiorizado na nossa sociedade, pois durante mais de cem anos acreditou-se firmemente que o cérebro só se poderia desenvolver e adaptar durante a infância, pensando-se à época, que o cérebro de uma pessoa adulta não poderia mudar.

“Não somos máquinas de pensar, somos máquinas de sentir que pensam” – António Damásio

O investigador Michael Merzenich descobriu, por exemplo, que os exercícios mentais no tratamento da esquizofrenia poderiam alcançar resultados semelhantes aos obtidos por medicamentos químicos e provou que as nossas habilidades cognitivas, capacidade de aprendizagem, perceção e memória, poderiam ser melhoradas até a velhice. A equipa de Neurociências da Wellcome Foundation levou a cabo uma experiência com motoristas de táxi de Londres, sujeitos a constantes desafios no transito da cidade que os obrigam a pensar em constantes soluções. Ficou provado o aumento da memória espacial, verificando-se que o cérebro aumenta a sua densidade neuronal de acordo com os desafios que enfrenta.

Num processo de Coaching o cliente é constantemente desafiado a encontrar novas soluções, são criadas condições para que o processo de mudança se desenvolva verdadeiramente dentro do Coachee. Podemos concluir que quanto mais e diversos forem os desafios para atingirmos uma determinada meta, mais treinamos o nosso cérebro e, portanto, maiores serão as conexões neuronais entre as várias áreas, aumentando a possibilidade de encontrarmos soluções para novos desafios.

Por isso se diz que através do Coaching o cliente aprende fazendo (learning by doing), pois é dentro de si (cérebro) que tudo se inicia, que tudo se transforma.

Sérgio Almeida
Fundador da ICU Portugal